terça-feira, 1 de junho de 2010

Jonas Xavier e a misantropia




Jonas nasceu numa família normal, de pessoas normais que faziam suas atividades normais numa cidade normal. Morava numa casa de cinco cômodos perto da escola e sempre via as crianças normais brincarem suas brincadeiras normais. As pessoas e seus cães. O padeiro que passava todo dia de manhã oferecendo seus pães. O sino da escola que ressoava rotineiramente. As partidas de futebol jogadas pelos jovens nos finais de tarde no campinho. Tudo que as pessoas faziam era dito "normal".  No entanto, Jonas não queria ser normal. Ele não gostava de pessoas normais. Por que ele tinha que ser como todos os outros? Não gostava de ir à escola, nem de sair de casa. Preferia ficar em seu quarto aprendendo com seus livros de física ou mesmo lendo Oscar Wilde ou Allan Poe. Fazia suas pequenas invenções científicas de todas as formas e para todas as utilidades. Seu animal de estimação era uma coral, que encontrara em seu quintal. Não gostava de cães ou gatos. Eles fediam. Não se importava com o mundo ou com as pessoas lá fora. O mundo era bem maior dentro da sua cabeça, pois lá, tudo se podia fazer, sem ser chamado de 'esquisito' ou 'anormal'. Jonas sempre foi racional e seus sentimentos eram estranhamente ausentes. Não sorria. Não chorava. Não reclamava. Apenas via, ouvia e sentia. Pensava e interpretava à sua maneira. 

Continua...

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