sábado, 12 de junho de 2010

12...





No dia do amor aqui estou 
Perdido no mundo que fiz de mim mesmo
Contemplando a minha própria solidão 
Desconfiando de minha sublime convicção


[ou não]

No dia das flores assim estou 
Sem rosas, sem palavras de amor
sem brigas, ofensa e rancor
Só eu, meu ego, minha dor


[mas que dor?]

Neste dia aqui estou
Unidade de um conjunto universo
Fração de um sistema complexo
Um número, apenas um número


[Fração?]


No dia da eterna confissão aqui estou
Confessando o que não aconteceu
o que se perdeu
e que se esvaneceu em mim


[...e em você.]

Um comentário:

@Tiabetok disse...

eu procuro as palavras certas nos poemas do mundo,
mas não sei se sou eu ou o mundo
que perdeu a poesia de si.
e deste modo aqui estamos nós (de novo)
deixados como um nada, além de ironias pobres (mas de bo gost)
em entrelinhas quase não habitadas.

Enquanto o café, os gatos e as condiçoes meteorológicas continuam a jorrar nossas peças em velhos clichês....